terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Evangelho de Lucas - Capítulo 7

 

Capítulo 7

1.    Quando o povo ouviu e acabou todas essas palavras, entrou em Cafarnaum.

2.    Um certo centurião que tinha muito estima de um criado, o qual estava enfermo e já morrendo;

3.    Quando ouviu sobre Jesus, enviou-lhe os anciãos dos judeus, rogando-lhe que viesse e sarasse a seu criado.

4.    Vindo eles a Jesus, rogaram-lhe encarecidamente, dizendo-lhe que era digno de lhe conceder aquilo:

5.    Porque ama a nossa nação e nos tem edificado uma sinagoga.

6.    Jesus foi com eles. Mas quando já não estava longe da casa, mandou-lhe o centurião [uns] amigos, dizendo-lhe: Senhor, não tomes trabalho, que não sou digno que entreis debaixo do meu telhado.

7.    Pelo que nem ainda me tive por digno de ir a ti; mas diga uma só palavra e sarará o meu criado.

8.    Porque também sou homem sujeito ao poder [de outros], e tenho soldados abaixo de mim; e digo a este: vai; e ele vai. E a outro: vem; e vem. E ao meu servidor: faze isto; e faz.

9.    O que ouvindo Jesus, admirou-se dele e virando-se, disse às pessoas que o seguiam: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé.

10.Tornando-se para casa os que foram enviados, acharam são ao criado que estivera enfermo.

11.Aconteceu no [dia] seguinte que ao ir a uma cidade que se chama Naim, iam com ele muitos de seus discípulos e grande multidão.

12.Quando chegou perto da porta da cidade, eis que levaram um defunto, que era unigênito de sua mãe, a qual também [era] viúva. E havia com ele grande multidão da cidade.

13.Quando o Senhor a viu, moveu-se a íntima compaixão dela e disse-lhe: Não chores.

14.Chegando-se, tocou ao caixão e os que o levavam pararam; e disse: Rapaz, a ti digo: levanta-te.

15.Então voltou a se assentar o defunto e começou a falar; e o deu a sua mãe.

16.E tomou temor a todos e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se tem levantado entre nós outros e Deus visitou a seu povo.

17.Saiu esta fama dele por toda a Judeia[1] e por toda a terra ao redor.

18.Os discípulos de João informaram-lhe todas estas coisas.

19.Chamou João a dois de seus discípulos e mandou-os a Jesus, dizendo: És tu aquele que havia de vir, ou esperaremos a outro?

20.Quando os homens vieram a ele, disseram: João, o Batista, nos mandou a te dizer: És tu aquele que havia de vir ou esperaremos a outro?

21.Na mesma hora sarou a muitos de enfermidades e males, e Espíritos maus, e a muitos cegos deu a vista.

22.Ponderando Jesus, disse-lhes: Ide, deem parte a João do que tendes visto e ouvindo [a saber]: Que os cegos veem, os mancos andam e aos pobres se anuncia o Evangelho.

23.Bem-aventurado é o que em mim não se escandalizar.

24.Quando se foram os mensageiros de João, começou a dizer de João às pessoas: Que saístes a ver ao deserto? Alguma cana que do vento é abalada?

25.Mas que saístes a ver? Algum homem coberto de vestuários delicados? Eis que os que andam preciosamente vestidos, estão em delícias nos paços dos reis.

26.Mas que saístes a ver? Algum profeta? Também vos digo e ainda mais que profeta.

27.Este é aquele de quem está escrito: Vês que envio meu anjo diante de tua face, o qual preparará teu caminho diante de ti.

28.Porque eu vos digo, que entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta quer João Batista, mas o menor no Reino dos Céus é maior que ele.

29.Ouvindo-o todo o povo e os publicanos que com o batismo de João foram batizados, justificavam a Deus.

30.Mas os fariseus e os sábios da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não sendo dele batizados.

31.Disse o Senhor: A quem compararei os homens desta geração? E a que são semelhantes?

32.Semelhantes são a rapazes[2] assentados na praça. Que dão vozes uns aos outros e dizem: Tangemos-vos com flautas e não bailastes; cantamos-vos lamentações e não chorastes.

33.Porque veio João Batista, que nem comia pão, nem bebia vinho e dizeis: Demônio tem.

34.Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo e dizeis: Vedes que é um homem comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores.

35.Mas de todos seus filhos é a sabedoria justificada.

36.Rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e entrando na casa do fariseu, assentou-se [à mesa].

37.Eis que uma mulher que havia sido pecadora na cidade, ao confirmar que ele estava à mesa em casa daquele fariseu, levou um vaso de alabastro de unguento.

38.Pondo-se de trás, a seus pés, começou chorando a regar seus pés com lágrimas e a limpá-los com os cabelos de sua cabeça; e beijava seus pés e ungia-os com o unguento.

39.Quando (a) isto viu o fariseu que o havia convidado, falava consigo, dizendo: Se este fosse profeta, bem conheceria quem e qual é a mulher que o toca, que é pecadora.

40.Então, respondendo Jesus, disse-lhe: Simão, uma coisa tenho que te dizer. E ele lhe disse: Diga Mestre.

41.[Jesus disse:] Um credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos dinheiros e o outro cinquenta.

42.Não tendo eles como que pagar, perdoou-lhes a dívida a ambos. Diga, portanto: qual destes o amará mais?

43.Respondendo Simão, disse: Cuido que aquele a quem mais perdoou. E ele lhes disse: Bem e diretamente julgaste.

44.Virando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa e tu não me destes água para os pés; e ela me regou os pés com lágrimas e os limpou com os cabelos de sua cabeça.

45.Não me deste beijo; e a esta, desde que entrou, não cessou de me beijar os pés.

46.Não me ungiste a cabeça com óleo, mas ela me ungiu os pés com unguento.

47.Pelo que te digo, que seus muitos pecados lhe são perdoados, porque amou muito. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama.

48.A ela lhe disse: Teus pecados te são perdoados.

49.Os que juntamente [à mesa] estavam assentados, começaram a dizer entre si: Quem é este que também perdoa pecados?

50.Disse à mulher: Tua fé te salvou; vai-te em paz.

 



[1] Consta Judeia, mas a cidade chamada Naim ficava perto de Nazaré, na Galileia.

[2] No original de 1681 consta ‘rapazes’.


Do livro: OS EVANGELHOS DA BÍBLIA - Versão Antiga

Download gratuito: 

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