terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Evangelho de Marcos - Capítulo 7

 

Capítulo 7

1.    Juntaram-se a ele os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém.

2.    Vendo a alguns que seus discípulos comiam pão com mãos impuras, convém a saber, por lavar, reprendiam[-os].

3.    Porque os fariseus e todos os judeus, guardavam a tradição dos antigos; e se muitas vezes não lavassem as mãos, não comiam.

4.    Retornando da praça, se não se lavassem, não comiam; e outras muitas coisas há que tomaram para guardar, como lavar os copos de beber, os jarros, os vasos de metal e as camas.

5.    Perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que teus discípulos não andam conforme a tradição dos antigos? Mas comem pão com as mãos por lavar?

6.    Ele respondendo, disse-lhes: Hipócritas, bem profetizou Isaías de vós outros, como está escrito: Este povo com os lábios me honra; mas seu coração longe está de mim.

7.    Porém, em vão me honram, ensinando [por] doutrinas, mandamentos de homens.

8.    Porque deixando o mandamento de Deus, tendes a tradição dos homens: [a saber] o lavar dos jarros, e dos vasos de beber, e fazeis muitas coisas semelhantes a estas.

9.    Dizia-lhes também: Bem invalidais o mandamento de Deus, para guardar vossa tradição.

10.Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser ao pai ou à mãe, morra de morte.

11.Vós outros dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: é corban, quer dizer, uma oferta, tudo o que de mim possas aproveitar, [este satisfaz].

12.Não lhe deixais mais fazer por seu pai ou por sua mãe;

13.Invalidando [assim] a palavra de Deus por vossa tradição, que vós mesmos ordenastes; e muitas coisas fazeis semelhantes a estas.

14.Chamando a si toda a multidão, disse-lhes: Ouvi-me todos e entendei.

15.Não há, fora do homem, nada que nele entre que o possa contaminar[1]; mas o que dele sai, isso é o que ao homem contamina.

16.Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.

17.Entrando em casa (ao deixar) a multidão, perguntaram-lhe seus discípulos acerca da parábola.

18.Ele lhes disse: Assim também vós outros estais sem entendimento? Não entendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar?

19.Porque não entra em seu coração, mas sim no ventre, e sai na sanitária, purgando todas as comidas.

20.Dizia: O que do homem sai, isso contamina ao homem.

21.Porque de dentro dos corações dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios;

22.Os furtos, as avarezas, as maldades, o engano, a libertinagem, o mal olhar, as injúrias, a soberba e a loucura.

23.Todas estas maldades de dentro saem e contaminam o homem.

24.Levantando-se dali, foi-se aos limites de Tiro e de Sidom; entrando em casa, não quis que ninguém o soubesse; mas não pode se esconder.

25.Porque uma mulher, cuja filha tinha um Espírito imundo, assim que ouviu falar dele, veio e lançou-se aos seus pés.

26.A mulher era grega, siro fenícia de nação; e rogava-lhe que lançasse fora de sua filha o demônio.

27.Mas Jesus lhe disse: deixa primeiro fartar aos filhos; porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos[2].

28.Porém, ela respondeu e disse-lhe: Assim é Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, das migalhas dos filhos.

29.Então lhe disse ele: Por esta palavra, vai; já o demônio saiu de sua filha.

30.Indo à sua casa, já o demônio era saído e descobriu a filha deitada sobre a cama.

31.E tornando ele a sair dos limites de Tiro e de Sidom, foi ao mar da Galileia, por meio dos limites de Decápolis.

32.Trouxeram-lhe um surdo e gago e rogaram-lhe que lhe pusesse a mão em cima.

33.Tomando-o da multidão à parte, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e cuspindo, tocou-lhe na língua.

34.Levantando os olhos ao céu, gemeu e disse: Efatá, que quer dizer, abra-te.

35.Logo seus ouvidos se abriram, a atadura da língua se desatou e falava bem.

36.Mandou-lhes que não o dissesse a ninguém; mas quanto mais ele lhes mandava, tanto mais, eles o divulgavam.

37.E sobremaneira se admiravam, dizendo: Tudo fez bem; pois aos surdos fez ouvir e aos mudos, falar.

 



[1] Jesus falou com relação às questões morais, conforme versículos seguintes, 19 a 23.

[2] Foi uma comparação por parábola, pois antes dissera qual o real motivo de não o fazê-lo; ou seja, não quis ser ofensivo e a mulher entendeu, pela amistosidade de sua resposta.


Do livro: OS EVANGELHOS DA BÍBLIA - Versão Antiga

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