terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Evangelho de Marcos - Capítulo 4

 

Capítulo 4

1.    Começou outra vez a ensinar junto ao mar. Ajuntaram-se a ele grande multidão, em tal maneira que entrou em um barco e firmou-se sobre o mar; e toda a multidão ficou em terra junto ao mar.

2.    Ensinava-lhes por parábolas muitas coisas; e dizia-lhes em sua doutrina:

3.    Ouvi: vedes que o semeador saiu a semear.

4.    Aconteceu que semeando ele, caiu uma [parte] junto ao caminho, e vieram os pássaros do céu e tragaram-na.

5.    Outra [parte] caiu em pedregulhos, onde não tinha muita terra; e logo saiu, porque não tinha terra profunda.

6.    Mas saindo o sol, queimou-se e por não ter raiz, secou-se.

7.    Outra [parte] caiu entre espinhos e subiram os espinhos, afogaram-na e não deu fruto.

8.    Outra [parte] caiu em boa terra; e deu frutos que subiram e cresceram; e levou um até trinta, e outro até sessenta e outro até cem.

9.    Então disse-lhes: Quem tem ouvido para ouvir, ouça.

10.Quando esteve isolado, perguntaram-lhe os que [estavam] com ele, juntamente com os doze, acerca da parábola.

11.Disse-lhes: A vós outros vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora, por parábolas todas estas coisas acontecem.

12.Para que vendo, vejam e não atentem; e ouvindo, ouçam e não entendam; para que não se convertam e lhes sejam perdoados os pecados.

13.Disse-lhes: Não sabeis esta parábola? Como, portanto, entendereis todas as parábolas?

14.O semeador é o que semeia a palavra.

15.Estes são os semeados junto ao caminho, nos quais a palavra se semeia, mas tendo-a ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada em seus corações.

16.Assim, estes mesmos são os que se semeia entre pedras; os que tendo ouvido a palavra, logo a tomam com alegria.

17.Mas não têm em si raiz, antes são temporãos; que em se levantando a tribulação, ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.

18.Estes são os que se semeiam entre espinhos: [convém saber] os que ouvem a palavra;

19.Mas os cuidados deste mundo, e o engano das riquezas, e as cobiças que há nas outras coisas, entrando, afogam a palavra e fica sem fruto.

20.Estes são os que foram semeados em boa terra: os que ouvem a palavra, e a recebem, e dão fruto, um até trinta, outro até sessenta, outro até cem.

21.Disse-lhes também: Vem a lanterna[1], para se pôr debaixo da mesa? Ou debaixo da cama? Não vem antes para se pôr no velador?

22.Porque não há nada encoberto, que não haja de vir a ser manifesto; nem tão em segredo que não haja de vir a ser descoberto.

23.Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.

24.Disse-lhes também: Olhai o que escutais. Com a medida que medirdes, vos medirão (os) outros, e ser-vos-á acrescentado a vós o que escutais. (ESE, 18, 14)

25.Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. (ESE, 18, 14)

26.Dizia mais: Assim é o reino de Deus, como se o homem lançasse a semente na terra;

27.E dormisse e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como.

28.Porque por si mesma frutifica na terra, primeiro (a) erva, a espiga e logo o grão cheio na espiga.

29.Sendo já o fruto produzido, depois se mete a foice, porque chegada é a colheita.

30.Dizia mais: A que coisa é semelhante ao reino de Deus? Ou com que parábola o compararemos?

31.Como o grão da mostarda: que quando se semeia em terra, é a mais pequena de todas as sementes que há na terra.

32.Mas sendo já semeado, sobe, e faz-se a maior de todas as hortaliças: e cria grandes ramos, de tal maneira que os pássaros do céu possam fazer ninhos debaixo de sua sombra.

33.Com outras muito mais parábolas lhes falava a palavra, conforme ao que podiam ouvir.

34.Sem parábola não lhes falava; mas a seus discípulos declarava tudo em particular.

35.Disse-lhes aquele dia, quando já era de tarde: Passemos à outra margem.

36.Deixando a multidão, pegaram com ele o mesmo barco e havia também com ele outros barquinhos.

37.Levantou-se uma grande tempestade de vento e lançava as ondas no barco, de tal maneira que já se ia enchendo.

38.Ele estava na popa dormindo sobre uma almofada; e despertaram-no e disseram-lhe: Mestre, não te importa que nos perdemos?

39.Levantando-se ele, repreendeu ao vento, e disse ao mar: Cala-te, emudece. E cessou o vento, e fez-se grande bonança.

40.A eles lhes disse: Por que sois tão temerosos? Como não tendes fé?

41.Tremeram com grande temor; e diziam uns aos outros: Quem é este? Que até o vento e o mar lhe obedecem?

 



[1] No original: ‘candeia’. Ver glossário de palavras atualizadas.


Do livro: OS EVANGELHOS DA BÍBLIA - Versão Antiga

Download gratuito: 

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