segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Evangelho de João - Capítulo 19

 

Capítulo 19

1.    Assim que então tomou Pilatos a Jesus e o açoitou.

2.    Entrelaçando os soldados uma coroa de espinhos, puseram-na sobre sua cabeça e vestiram-no de um roupão de gala.

3.    Diziam: Deus te salve, rei dos judeus; e davam-lhe bofetadas.

4.    Então Pilatos foi outra vez para fora e disse-lhes: Vedes que o trago aqui fora, para que entendais que nenhum crime nele achei.

5.    Foi, portanto, Jesus para fora levando a coroa de espinhos e o roupão de gala; e [Pilatos} disse-lhes: Vedes aqui o homem.

6.    Ao vê-lo os principais sacerdotes e os servidores, deram gritos, dizendo: Crucifica! Crucifica! Disse-lhes Pilatos: Vós outros, tomai-o e crucificai porque a nenhum crime nele achei.

7.    Responderam-lhe os judeus:  Nós outros temos lei e segundo nossa lei deve morrer, porque se fez Filho de Deus.

8.    Quando, portanto, Pilatos ouviu esta palavra, teve mais temor.

9.    Entrou outra vez na audiência e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.

10.Então lhe disse Pilatos: A mim não falas? Não sabes que tenho poder para te crucificar e que tenho poder para te soltar?

11.Respondeu Jesus: Nenhum poder contra mim terias se de cima não te fosse dado; portanto, o que a ti me entregou, maior pecado tem.

12.Desde então (mais) procurava Pilatos soltá-lo, mas os judeus clamaram, dizendo: Se soltas a este, de César não és amigo; qualquer que rei se faz, a César contradiz.

13.Ouvindo Pilatos então este dito, levou para fora a Jesus e assentou-se no tribunal, no lugar que se chama (em grego) lithostrotos, em hebraico, gabbathá.

14.Era a véspera da Páscoa; e quando às seis horas (Meio-dia), então disse aos judeus: Vedes aqui vosso rei.

15.Mas eles clamaram: Tira, tira, crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: A vosso rei hei de crucificar? Responderam os pontífices: Não temos outro rei senão a César.

16.Então o entregou para que fosse crucificado; e tomaram a Jesus e levaram-no.

17.Ele levando sua cruz, foi ao [lugar] chamado Calvário e em hebraico Gólgota.

18.Onde o crucificaram e com ele outros dois, um de cada lado e Jesus no meio.

19.Escreveu também Pilatos um título que pôs em cima da cruz em que estava escrito: JESUS NAZARENO REI DOS JUDEUS.

20.Leram este título muitos dos judeus, porque o lugar onde Jesus estava crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, em grego e em latim.

21.Disseram a Pilatos os pontífices dos judeus: Não escrevas rei dos judeus; mas sim o que disse: rei sou dos judeus.

22.Respondeu Pilatos: [o] que escrevi, escrevi.

23.Havendo os soldados a Jesus crucificado, tomaram seu vestuário e fizeram quatro partes, a cada soldado uma parte. E a túnica era sem costura, toda tecida de cima até abaixo.

24.Disseram entre si: Não a partamos, mas sim lancemos sorteio sobre ela, a cuja será. Para que se cumprisse a Escritura que diz: Entre si repartiram meu vestuário e sobre minha túnica lançaram sorteio. E os soldados, portanto, fizeram isto.

25.Estavam junto à cruz de Jesus, sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria [mulher] de Cléofas, e Maria Madalena.

26.Vendo Jesus a [sua] mãe e ao discípulo que ele amava e que estava presente, disse a sua mãe: Mulher, vê aí teu filho.

27.Depois disse ao discípulo: Vê aí tua mãe. E desde aquela hora a recebeu em sua casa o discípulo.

28.Depois sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.

29.Estava ali um vaso cheio de vinagre. Então encheram uma esponja de vinagre e, envolvendo-a a uma cana, chegaram-na à sua boca.

30.Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado; e baixando a cabeça, entregou o Espírito.

31.Então os judeus, para que os corpos não ficassem ao sábado na cruz {porquanto ainda era a preparação para o grande dia do sábado}, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem os ossos e fossem tirados.

32.Vieram os soldados e, na verdade, quebraram os ossos do primeiro e do outro que, juntamente com ele, foram crucificados.

33.Mas como vieram a Jesus e o viram já morto, não lhe quebraram os ossos.

34.Mas um dos soldados lhe abriu o flanco com uma lança e logo saiu sangue e água.

35.O que a isto viu, o testificou; e seu testemunho é verdadeiro e sabe que diz a verdade, para que vós outros também creiais.

36.Porque estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura [que diz]: Nenhum osso dele será quebrado.

37.Outra vez diz outra Escritura: Olharam ao que transpassaram.

38.Passadas estas coisas, José de Arimateia, {que era discípulo de Jesus, porém, oculto por medo dos judeus}, rogou a Pilatos que permitisse tirar o corpo de Jesus, o que Pilatos lhe permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.

39.Então veio também Nicodemos {aquele que antes, de noite, a Jesus tinha ido}, trazendo um composto de plantas: mirra e aloés, como quase cem medidas[1].

40.Tomaram, portanto, o corpo de Jesus e envolveram-no em lençóis com as especiarias, como é costume dos judeus ao sepultar.

41.E havia um jardim naquele lugar, onde fora crucificado e nele um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto.

42.Ali, portanto, {por causa da véspera da Páscoa dos judeus e porque aquele sepulcro estava perto} puseram a Jesus.

 



[1] No original consta ‘arrateis’, medida de peso português. Em outras traduções, consta ‘libras’. Ou ainda ‘litras’, medida de peso romano que originou a palavra ‘litro’ para líquidos. Na versão grega consta ‘λίτρας ἑκατόν’, cuja tradução é ‘cem litros’, o suficiente para embalsamar o corpo.


Do livro: OS EVANGELHOS DA BÍBLIA - Versão Antiga

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