terça-feira, 5 de março de 2013

REGRAS PARA BEM VOTAR



     Para haver paz e justiça, alegria e satisfação, respeito a Deus e compreensão de suas Leis, antes é preciso uma sociedade justa, bem organizada e governante digno.
     Eis o motivo de novamente escrever sobre assuntos menos espirituosos. Afinal, a vida continua e após examinar este texto, cada leitor voltará para a sua realidade diária, onde quase todos os meios de comunicação, na época oportuna, ressaltam a importância do voto, de escolher bem o governante. Ocorre que apenas isto não tem feito mudanças. O povo foi viciado por um nocivo sistema político e não consegue visualizar uma luz por entre o lodo enganoso em que está submerso.
     É preciso encontrar uma fórmula de bem caracterizar, através do filtro eleitoral, quem de fato tem condições de representar o povo.
     Para isto, podemos estabelecer regras:
     Primeiro: NÃO VOTAR EM BRANCO. O voto em branco apenas possibilita que uma minoria, sujeita a ser comprada por dinheiro, acabe elegendo um corrupto. Este tipo irá cobrar com juros anormais tudo o que gastou em campanha, desde vereador até presidente.
     Segundo: NÃO ANULAR O VOTO. Tratando-se de nações com raros líderes, o pouco a ser feito é dividir o poder, para no conjunto, tirar a dignidade suficiente. Portanto, deve-se escolher o melhor candidato ou o não tanto pior e votar.
     Terceiro: ANALISAR A FAMÍLIA DO CANDIDATO. Quem não sabe administrar uma casa nunca terá condições de governar um povo. Se não tem padrão de justiça e ética entre os seus, não respeitará o sofrimento da população; não sabe relevar, perdoar e não tem amor, portanto, nunca edifica, apenas divide e subtrai.
     Quarto: NÃO SE DEIXAR LEVAR PELA CONVERSA. A retórica é uma arte na qual todo político corrupto fez pós-graduação. Falar é uma coisa, fazer é outra. Quem escuta conversa não sabe o que se passa no coração. Aliás, quem escreve os discursos quase sempre não é o candidato. Se muito promete ou engana a si mesmo ou está menosprezando o entendimento do povo. Basta analisar os discursos políticos para encontrar as contradições. Alguém que ora fala uma coisa e depois fala outra é um aventureiro sem firmeza e sem padrão. É uma cana agitada pelos ventos da oportunidade.
     Quinto: NÃO DEIXAR DE ANALISAR A IDADE DO CANDIDATO. Quanto mais alto é o cargo disputado na hierarquia administrativa, muito mais responsabilidade exige e quanto mais pessoas dependem das decisões oriundas, diz a razão que certamente terá de ser um representante com idade compatível, seja pela experiência em administrar, seja pelo conhecimento de vida. Um administrador jovem não terá piedade, compreensão, ponderação e perspicácia para bem equacionar as decisões sem sacrificar o povo ou comprometer o desempenho da máquina administrativa. Já um administrador de idade avançada, ou será tolerante com as distorções abusivas nas manobras da máquina ou tentará domá-la a força, sucumbindo por falta de energia em seu velho corpo desgastado pelo tempo, deixando os seus eleitores nas mãos do VICE. Aliás, devemos aprender a também examinar quem é o vice-candidato.
     POR FIM, em síntese de tudo o que foi analisado, certamente a ética é a qualidade básica num bom político, pois ela fornece a honestidade e outras virtudes, que aliadas à capacidade administrativa forjam o líder ideal. 

     José Nunes Sobrinho
     Campo Grande - MS
     Diário do Interior - 10/04/1994

Nenhum comentário:

Postar um comentário