Para
haver paz e justiça, alegria e satisfação, respeito a Deus e compreensão de
suas Leis, antes é preciso uma sociedade justa, bem organizada e governante
digno.
Eis o
motivo de novamente escrever sobre assuntos menos espirituosos. Afinal, a vida
continua e após examinar este texto, cada leitor voltará para a sua realidade
diária, onde quase todos os meios de comunicação, na época oportuna, ressaltam
a importância do voto, de escolher bem o governante. Ocorre que apenas isto não
tem feito mudanças. O povo foi viciado por um nocivo sistema político e não
consegue visualizar uma luz por entre o lodo enganoso em que está submerso.
É preciso
encontrar uma fórmula de bem caracterizar, através do filtro eleitoral, quem de
fato tem condições de representar o povo.
Para
isto, podemos estabelecer regras:
Primeiro:
NÃO VOTAR EM BRANCO. O voto em branco apenas possibilita que uma minoria,
sujeita a ser comprada por dinheiro, acabe elegendo um corrupto. Este tipo irá
cobrar com juros anormais tudo o que gastou em campanha, desde vereador até
presidente.
Segundo:
NÃO ANULAR O VOTO. Tratando-se de nações com raros líderes, o pouco a ser feito
é dividir o poder, para no conjunto, tirar a dignidade suficiente. Portanto,
deve-se escolher o melhor candidato ou o não tanto pior e votar.
Terceiro:
ANALISAR A FAMÍLIA DO CANDIDATO. Quem não sabe administrar uma casa nunca terá
condições de governar um povo. Se não tem padrão de justiça e ética entre os
seus, não respeitará o sofrimento da população; não sabe relevar, perdoar e não
tem amor, portanto, nunca edifica, apenas divide e subtrai.
Quarto:
NÃO SE DEIXAR LEVAR PELA CONVERSA. A retórica é uma arte na qual todo político
corrupto fez pós-graduação. Falar é uma coisa, fazer é outra. Quem escuta
conversa não sabe o que se passa no coração. Aliás, quem escreve os discursos
quase sempre não é o candidato. Se muito promete ou engana a si mesmo ou está
menosprezando o entendimento do povo. Basta analisar os discursos políticos para
encontrar as contradições. Alguém que ora fala uma coisa e depois fala outra é
um aventureiro sem firmeza e sem padrão. É uma cana agitada pelos ventos da
oportunidade.
Quinto:
NÃO DEIXAR DE ANALISAR A IDADE DO CANDIDATO. Quanto mais alto é o cargo
disputado na hierarquia administrativa, muito mais responsabilidade exige e
quanto mais pessoas dependem das decisões oriundas, diz a razão que certamente
terá de ser um representante com idade compatível, seja pela experiência em
administrar, seja pelo conhecimento de vida. Um administrador jovem não terá
piedade, compreensão, ponderação e perspicácia para bem equacionar as decisões
sem sacrificar o povo ou comprometer o desempenho da máquina administrativa. Já
um administrador de idade avançada, ou será tolerante com as distorções
abusivas nas manobras da máquina ou tentará domá-la a força, sucumbindo por
falta de energia em seu velho corpo desgastado pelo tempo, deixando os seus
eleitores nas mãos do VICE. Aliás, devemos aprender a também examinar quem é o
vice-candidato.
POR FIM,
em síntese de tudo o que foi analisado, certamente a ética é a qualidade básica
num bom político, pois ela fornece a honestidade e outras virtudes, que aliadas
à capacidade administrativa forjam o líder ideal.
José Nunes Sobrinho
Campo Grande - MS
Diário do Interior - 10/04/1994
Nenhum comentário:
Postar um comentário