O
trabalho está intimamente ligado à felicidade e equilíbrio das pessoas. É no
trabalho que mostramos o valor do nosso caráter. Através dele, diariamente nos
relacionamos com uma infinidade de pessoas e mediante circunstâncias diversas,
burilamos o nosso intelecto e as emoções. Passamos quase a metade da vida
física no local de trabalho e no convívio com os companheiros de serviços.
Por outro
lado, nenhum princípio de mudança, seja mental, ético ou emocional, tem
fundamento e eficácia quando não há satisfação íntima, mediante a prática, no
dia a dia.
Portanto,
para transformar a vida das pessoas para melhor, é preciso também modificar os
padrões mentais diante do trabalho e até as formas de se administrar.
Senão
vejamos: Os conceitos tradicionalistas de administração de empresas foram
bitolados pelo princípio de que o poder deveria se concentrar numa única
pessoa. O herói ou mártir do sucesso.
Entretanto, não pode haver satisfação onde não há envolvimento de cada
pessoa no processo. É preciso que a administração seja de forma participativa,
onde as decisões devam ser tomadas por comissões, comitês, grupos de melhorias,
etc.
É
evidente que a palavra final em cada decisão ainda estará sob a tutela de um
administrador central, um líder que assuma as responsabilidades, pois união não
quer dizer ausência de liderança.
Até
porque, todos sofrem as consequências do sucesso ou do fracasso. Todos os
funcionários de uma empresa, em graus diferentes, vivem num ambiente comum,
negativo ou positivo, dependendo dos resultados obtidos. Portanto, de uma forma
ou de outra, querendo ou não, todos arcam com as consequências das decisões.
Por isso,
é importante que cada funcionário de uma empresa procure conhecer o que faz,
por que faz, qual a sequência lógica de sua função, o que poderia ser melhorado
no processo. Fazer a empresa crescer para também receber um melhor retorno.
Lembro-me
de uma história, de domínio popular:
Numa
construção, três pedreiros trabalhavam lado a lado. Indagados sobre o que
faziam, responderam:
- Estou assentando tijolos. - Disse o primeiro.
- Estou erguendo uma parede. - Falou o segundo.
- Estamos construindo uma igreja. - Explicou o
terceiro.
Os três
trabalhavam juntos, mas a amplitude do pensamento de um divergia qualitativamente
dos outros dois. Certamente o terceiro tinha uma melhor disposição para o
trabalho, pois sabia que estava colaborando na concretização de um projeto. Mas
e o primeiro?... Para ele, todos os dias são iguais, uma rotina constante. Nada
é bom, nada satisfaz. O patrão é injusto, o salário é pouco, o governo não
ajuda, nem Deus abençoa... Qual dos três
apresenta perspectivas de crescer em vida?...
Um
administrador moderno tem que ter genialidade suficiente para não temer as ideias
e opiniões dos subordinados, delegando funções, formando comitês, buscando
sugestões e colaboradores, liderando por suas qualidades e capacidade, não por
apenas ocupar um cargo.
Um bom
funcionário deve trabalhar sem promover desunião, sem estabelecer rivalidades,
nem buscar crescer pela queda dos outros. Deve ajudar os demais a subirem junto
e que os superiores hierárquicos também estejam progredindo.
Conforme
diz o provérbio: "Ajuda-te e o céu te ajudará".
José Nunes Sobrinho
Campo Grande - MS
Diário do Interior - 17/11/1994
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