Explicação:
O Texto abaixo tem origem na Legenda de uma Palestra Espírita publicada no
Youtube em 24/01/2019, portanto, não segue o refinamento da linguagem escrita,
pois é fruto de linguagem coloquial espontânea.
Link do Vídeo original: https://www.youtube.com/watch?v=W3clVURtd2o
Boa noite!
O nosso tema de hoje é do
Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo IX: Bem-aventurados os que são
brandos e pacíficos. É o item a Paciência.
Bom, esse texto, é de um
Espírito Amigo, que veio a mensagem numa cidade da França em 1862 e Kardec colocou
no Evangelho Segundo o Espiritismo.
A mensagem diz assim: Sejam
pacientes. A Paciência também é
uma caridade. E vocês devem praticar a Lei de caridade ensinada pelo Cristo, o
enviado de Deus. A Caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais
fácil de todas.
Ou seja, a Caridade mais difícil
é a caridade moral. E aí continua: Outra
há, porém, muito mais penosa e consequentemente, muito mais meritória, a de
perdoarmos aos que Deus colocou no nosso caminho, para serem o instrumento do
nosso sofrer, e para pôr nossa paciência
a prova. Coragem, amigos, vocês têm no Cristo o seu modelo. Ele sofreu mais
do que qualquer de vocês e nada tinha de se penitenciar, ao passo que vocês têm
de expiar o passado e se fortalecerem para o futuro. Sejam pacientes, sejam
cristãos. Essa palavra resume tudo. Um Espírito Amigo, Havre, 1862.
Bom, esse tema sobre
paciência, ele também está no Livro dos Espíritos, na questão 458, Kardec
perguntou: O que pensam de nós os
Espíritos que nos cercam e observam?
Porque conforme Kardec foi desenvolvendo
o Livro dos Espíritos, foi se estabelecendo a vida espiritual e um dos pontos,
é que os Espíritos estão por toda parte. Porque o Espírito desencarna, para
onde ele vai?... Será que ele vai para um outro planeta?... Será que ele vai para
uma colônia?...
Sim!... Alguns realmente
vão!... Depende da evolução do Espírito. Mas a maioria dos Espíritos, quando
desencarna, eles ficam aqui, no Plano Espiritual, mas no mesmo ambiente em que
nós vivemos, por falta de uma evolução, tanto moral, quanto intelectual e
sobretudo, porque após o desencarne, a maioria dos Espíritos, ainda se sente
apegada ao plano material. Apegada principalmente à família.
A gente vê muito isso. Tem um
livro que se chama: Memórias de um Suicida, de (autor) (Camilo) Castelo Branco,
esse livro, ele conta a história de um Espírito que cometeu suicídio e sofreu
muito no Plano Espiritual, no Umbral. E depois ele foi socorrido e o livro
relata a dificuldade que ele tinha, por causa da saudade que ele tinha, a preocupação
que ele tinha com a família e isso afetava muito o estado dele lá. Ele estava
numa colônia, estava num hospital, estava sendo socorrido, mas a preocupação dele
com a família, acabava prejudicando.
Outro livro também: Voltei, de
irmão Jacob, psicografia de Chico Xavier, mesma situação.
E mesmo o livro: Nosso Lar, de
André Luiz, também psicografia de Chico Xavier, nos relata dessa dificuldade do
Espírito em conservar o equilíbrio depois que desencarna, mesmo sendo
socorrido.
Ele é socorrido, ele é levado
para uma colônia, mas a preocupação dele faz com que ele acabe voltando para a
região onde estão os encarnados, aí se envolve com a família, tenta ajudar a
família e nessa tentativa de ajudar, às vezes, acaba prejudicando mais ainda.
Prejudica a família e
prejudica também o próprio Espírito. Porque ele poderia já estar recebendo uma
ajuda para rememorar as reencarnações passadas, mas, no entanto, a mente do Espírito
está muito presa aos acontecimentos da Terra e ele não consegue se libertar.
É por isso que, em muitos
casos, quando o Espírito desencarna, é melhor que ele adormeça, que ele fique
dormindo por um bom tempo. André Luiz aconteceu com ele também isso. Ficou
dormindo um bom tempo para recuperar esse equilíbrio.
Bom, então nós chegamos a esse
ponto da pergunta 458: "Os Espíritos
que nos cercam e observam."
Porque eles estão ao nosso
redor! Então, aí a resposta: Depende.
Porque a pergunta foi: O que pensam de nós?... Depende. Os levianos
riem dos pequenos aborrecimentos que os pregam e zombam de suas impaciências. Os Espíritos sérios
lamentam os revezes de vocês e procuram ajudar.
Então vejam que os Espíritos
levianos... O que é um Espírito Leviano? É um Espírito que ainda não tem
evolução. Ele não tem senso de responsabilidade. Ao invés de ajudar, às vezes, ele
nem tem maldade. O que classifica a maldade?... A maldade é uma forma de
vingança, ela é uma forma de egoísmo, ela é uma forma de alguém perseguir outra
pessoa. Isso é maldade. Maldade é o interesse do egoísmo. Quem não tem egoísmo,
também não tem maldade. Porque se ele não tem egoísmo, ele não pensa só nele. Se
ele não tem egoísmo, então ele pensa também no próximo. Se ele pensa no
próximo, então ele não tem a maldade.
Então o Espírito leviano é
aquele que, mesmo sem maldade, por inconsequência, ele nos prejudica. E o
interessante que nessa questão 458, já que os Espíritos responderam isso para o
Allan Kardec, então ele complementou a pergunta, na 459, que necessariamente não
tem a ver com paciência.
Paciência é a pergunta
anterior. Mas só que é uma pergunta muito interessante e é continuidade, 458 e
459. Então ele perguntou: Os Espíritos
influenciam os nossos pensamentos e atos?
E aí a resposta: Muito mais do que imaginam. Influenciam a
tal ponto que geralmente são eles que dirigem vocês.
Vejam que situação! A que
ponto os Espíritos influenciam na nossa vida. Porque a gente não enxerga, a
gente passa desapercebidos disso e às vezes, muito das nossas dificuldades das
nossas atribulações, nem são por nossas escolhas. É por influência dos
Espíritos que querem nos prejudicar.
Bom, o fato, é que desta
questão 459, que reflete isso, tem uma continuidade, que está na questão 530, bem
depois. É uma pergunta longa e também tem uma resposta muito longa. Vamos
analisá-la passo a passo.
Então a pergunta: Os Espíritos levianos e zombeteiros não
podem criar pequenos embaraços à realização dos nossos projetos e transtornar
as nossas previsões? Noutras palavras, serão eles os causadores do que chamamos
pequenas misérias da vida humana?...
E aí a resposta: Eles se alegram em lhes causar
aborrecimentos que representam para vocês provas destinadas a exercitar a paciência. Contudo,
cansam-se, quando veem que nada conseguem.
Então vejam bem, porque, quando
Allan Kardec fez a pergunta, já admitindo que então os Espíritos nos
influenciam na nossa vida. Não foi respondido assim: Olha, para vocês se
livrarem dessa influência dos Espíritos, é preciso fé, ou é preciso amor, ou é
preciso caridade. Tudo isso é preciso! Mas o destaque não foi isso. O destaque foi
simplesmente paciência! Daí a
importância da paciência.
Só que a pergunta é longa e a
resposta é longa. Aí, olhem só o que os Espíritos responderam: Mas não seria justo e nem acertado atribuir
a eles todas as decepções que experimentam e de que vocês são os principais
culpados pela própria irreflexão.
Porque nós temos Livre
Arbítrio!... O livre arbítrio é que estabelece a nossa escolha! Então nós é que
escolhemos, aceitar a influência!... Exatamente por isso, é que nós somos
responsáveis. Nós aceitamos a influência e nós somos responsáveis.
Aí ele continua: Fiquem certos de que, se a sua louça se
quebra, é mais por descuido de vocês do que por culpa dos Espíritos.
E é interessante que dá a
impressão, que teve uma contradição!... Porque na 459 diz assim: Os Espíritos vos influenciam muito mais do
que pensais, ao ponto de que é praticamente eles que vos conduzem.
Na 459. E aqui, na 530. Já
amenizou a situação. Já falou: Olha, de fato, eles influenciam vocês, mas não
pensem que eles são culpados de tudo. E mais ainda!... Diz assim...
Porque, se a gente for admitir
que os Espíritos nos influenciam nos nossos
atos e que praticamente são eles que nos conduzem, então a pessoa pode
ficar meia neurótica com isso!...
Acha: Puxa vida!... E agora? Como
eu vou fazer para me livrar desses Espíritos que estão me perseguindo, que
estão me influenciando?... E aí, qualquer coisa que acontece, a pessoa já acha que
é Espíritos. Qualquer coisa!... Ah, foram os Espíritos que provocaram isso!...
Bom, essa 530, já deu um panorama
melhor da situação. Não é porque aconteceu que necessariamente foram Espíritos.
E aí ele deixou bem claro aqui: Se cai um copo e ele quebra: Ah, foi um
Espírito que derrubou!... Não, não foi não!... Foi você que descuidou mesmo!...
Segurasse melhor, não colocasse na beirinha, o copo não iria cair!...
Então, nem tudo são os
Espíritos. Primeiro: Porque nós temos liberdade de escolha!... Nós que
escolhemos, mesmo que um Espírito esteja nos influenciando, nós temos liberdade
de escolha!... Nós podemos simplesmente não seguir a inspiração que ele está
fazendo.
É só a gente ter o quê?... Paciência!...
Não ser apressado!... A impaciência faz com que a gente tome decisões erradas! E
só ter paciência, pensa com calma e ver: Espera aí!... Não é bem assim não!... Se
não é bem assim, então é de outra forma. Então por que eu estou pensando desse
jeito?... Porque é um Espírito que está interessado em influenciar desse
jeito!...
E voltando lá na pergunta, na
459...
Eu tenho falado isso, já em
várias vezes, dependendo da pergunta, a resposta pode ser: Sim e dependendo da
pergunta, a resposta pode ser: Não. No mesmo assunto! Absolutamente a mesma
coisa! Mas dependendo da forma como é feita a pergunta, influencia na
resposta!...
Então vejam só a pergunta de
Allan Kardec: Os Espíritos "influenciam"... Não determinam não!... Influenciam
em nossos pensamentos e atos?...
Essa que é a questão: Pensamento
é uma coisa, ato é outra!... Então Kardec fez a pergunta e colocou na mesma
pergunta coisas que são antagônicas!... Porque nem tudo que nós pensamos, nós
fazemos! O que é o ato?... O ato é a ação, já algo que foi feito!...
A gente pensa uma coisa, mas
não faz!... Ou, a gente faz coisas e nem pensa!... Quer dizer: Pensamento e
ato, necessariamente, não estão numa mesma sequência. Na verdade, são às vezes,
até incompatíveis.
Porque, não é porque eu pensei
em fazer o mal, que eu já vou ser condenado como se tivesse feito o mal!... Oras!
Se pensar o mal, não é fazer o mal, então não é porque pensou que vai ser
condenado. É porque, se fizer o mal, aí vai ser condenado.
Agora, pensar no mal... Com
licença. Então pensar no mal então é isento?... Não!... Jesus mesmo disse: Nós
respondemos pelos nossos pensamentos; pelas nossas palavras e até pelos nossos
pensamentos!... E até pelos sentimentos também!... (Mt, 5-28).
Mas isso, de acordo com o grau
de evolução. Nós estamos muito longe ainda em evolução, para nos preocuparmos e
nos defender em nos purificar pelo pensamento. Jesus disse assim: A cada dia
basta o seu mal. (Mt, 6-34)
Ou seja, na nossa jornada
evolutiva, não adianta a gente se preocupar em corrigir o pensamento, quando na
verdade, a gente tem que se preocupar, agora, nesse momento, é corrigir
(inibir) os nossos atos. Primeiro corrige os atos, (não deixar que o pensamento
chegue a ser um ato), depois corrige o pensamento.
Bom, então esse: "influenciam a tal ponto que geralmente são
eles que dirigem vocês. " Aos atos?... Não!... É que ele respondeu à
pergunta e a pergunta é "pensamento". Então no que eles influenciam? Nos
pensamentos.
Na pergunta 943, Allan Kardec
perguntou assim: Donde nasce o desgosto
da vida, que se apodera de certos indivíduos sem motivos admissíveis?
E aí, a resposta: Efeito da desocupação.
Porque hoje em dia, está tão
em moda a depressão, o suicídio. Efeito de desocupação. O que é desocupação?...
Falta de trabalhar!... Vai trabalhar, que não vai ficar pensando bobeira e não
vai ter esse desgosto da vida.
E aí continua: Da falta de fé!...
Quem tem fé, quem tem uma
religião, também não vai ter esse desgosto na vida, que é supostamente sem
motivo.
(Continuando:) E também da saciedade.
Sabe? Quem está saciado de
tudo, tem dinheiro à vontade, não trabalha, acaba pensando bobeira.
(Continuando:): Para aquele que usa de suas faculdades com
objetivos úteis e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem
de árido e a vida flui mais rapidamente. Ele suporta as atribulações com tanto mais paciência e paciência, quanto age
com o intuito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.
Por que eu escolhi hoje falar
sobre paciência? Por causa de 2 ditados que a gente vê frequentemente. As
pessoas falam assim: A perdi a paciência!... Na verdade, a paciência é uma
virtude e não um objeto; portanto, não pode ser perdida. Ninguém perde a
paciência!... Não é um objeto!... É uma virtude!...
O Espírito não retrograda. Não
tem retrocesso. Nós estamos sempre em evolução. Então jamais alguém vai perder
a paciência. Mas é errado falar: Perdi a paciência!... Não!... É uma frase do
nosso linguajar. Mas que na verdade, não reflete a realidade. Sendo uma
virtude, (a paciência) precisa ser desenvolvida e ampliada a cada dia, através
da vivência com outras pessoas e nos acontecimentos da vida.
Por consequência, a paciência é
maior ou menor de pessoa para pessoa, de acordo com a evolução espiritual de
cada um, mas por menor que seja, jamais poderá ser perdida. Essa que é a
questão!... Tem Espírito que já é mais evoluído, então ele tem mais a virtude da
paciência desenvolvida. Tem Espírito que ele é menos evoluído, mas ele tem paciência.
Ele não perde.
Outra frase: Quem perde a
paciência nunca teve!... Também é uma frase muito errada que as pessoas falam. Por
quê?... Porque conforme já foi explicado, a paciência não é um objeto e não
pode ser perdido.
Importante saber que pode ser
ignorado. Aí que está a questão!... Por nossas escolhas, podemos deixar de lado
as virtudes, por exemplo: compreensão, tolerância, paciência, humildade, perdão
e até caridade e escolhemos seguir os defeitos: como intolerância, vaidade, falsidade,
mentira, prepotência, preconceito e o irmão mais velho: o orgulho!...
Então nós nunca perdemos a
paciência. Nós temos, pelo livre arbítrio, o poder de escolha!... Então nós
escolhemos deixar a paciência de lado, por menor que ela seja, e seguimos os
nossos defeitos.
"Quem perde a paciência nunca
teve." De certa forma, a afirmação: Quem perde a paciência, nunca teve, fere
frontalmente a virtude da caridade, pois desrespeita o esforço e progresso
lento e individual de cada Espírito.
Por isso que não pode falar: Ah,
quem perdeu a paciência é porque nunca a teve. Não!... Quem resolveu não seguir
a paciência, foi a escolha da pessoa!... E a gente tem que respeitar isso!... E
a pessoa, pode ser que a paciência dela seja pequena, porque ela é um Espírito em
evolução. E se é um Espírito em evolução, que ainda tem muito o que aprender, tem
que ter respeito por isso!... Por isso que essa frase é errada: Quem perde a
paciência nunca a teve.
Para finalizar, uma frase na
carta de Paulo aos Romanos, no capítulo 8, versículo 25: Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.
Porque, Paulo, tem uma frase
muito interessante dele, que (ele) falou assim: Se a nossa esperança em Cristo se resume a essa vida, então somos os
mais infelizes dos homens. (1Co,
15-19).
Porque, Paulo sabia, que todo
sofrimento que ele tinha, nessa vida presente, não iria refletir a esperança que
ele tinha na vida futura! Ele tinha consciência da vida futura, (Tt, 1-2), da
vida após a morte!
Por isso que ele também falou
essa frase aqui: "Mas se esperamos o
que não vemos. "
O que não vemos?... O mundo
espiritual!... Esperava o que não via. Com paciência
o aguardamos!
Então, que Deus nos
Abençoe!...
Obrigado!
FIM
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